A história do terminal (1/2 – Putty)

Se o seu emprego é “qualquer coisa” de redes ou “qualquer coisa” de sistemas, com certeza passa muito tempo em sessões remotas com programas como SecureCRT ou o Putty e seus derivados. Entender o funcionamento das suas ferramentas é fundamental.

Agora imagine a situação… Está numa sessão remota, tudo a correr bem, tal como planeado, mas de repente lembra-se que precisa de informação que foi apresentada há uns 2 minutos atrás. Rola a barra lateral para cima à procura e … pufff… fumo!! Népias… nem milagre!

Emoji Zangado

Se nunca esteve numa situação dessas e não quer estar então melhor continuar a ler.

Vou escrever esta série curta de posts para evitar o problema àcima no Putty e Secure CRT. Se usa algum outro software para emular terminais e sofre com este problema, entre em contacto e se calhar posso ajudar (no windows).

Há duas formas de combater este problema:

  1. Aumentar o buffer ou o máximo de linhas em memória
  2. Activar o logging da sessão para um ficheiro

Lines of Scrollback

A primeira maneira de combater o problema é aumentar o buffer do programa. Aumentar o buffer, ou número de linhas em memória, aumenta o número de linhas que são mantidas no histórico e que se pode mais tarde rolar para ver.

A alteração pode ser feita nas configurações de sessão em Window – Lines of Scrollback.

 

Putty_lines of scrollback

Sinceramente já não me lembro da opção inicial do Putty, mas pode alterar o valor para o que desejar – 200000, 999999, 345655498 – desde que seja permitido pelo programa.

Esta opção tem 2 características:

  1. Maior utilização de memória pelo programa à medida que o histórico vai aumentando. Sinceramente para os PCs de hoje esta limitação já não tem muita lógica. Nos testes que fiz, 10.000 linhas no histórico fizeram o Putty ocupar 6MB de RAM. Se isto é problema para si, tem problemas maiores a resolver.
  2. O histórico é perdido quando se fecha a janela. Deve garantir que copia a informação que deseja para lugar seguro antes de fechar a janela

Ficheiros de log

Uma das desvantagens de simplesmente se aumentar o número de linhas é que se perde o histórico logo que se fecha o programa. Isto pode ser contornado habilitando o redireccionamento de todo o output do terminal para um ficheiro no PC onde corre o programa.

O logging pode ser habilitado nas opções da sessão em Session – Logging. Nesta janela habilite a opção Printable Output e escolha o ficheiro de destino em Log file name:

putty-log-file

Em baixo da caixa “Log file name:” há opções adicionais e informação importante.

  • Always Overwrite it: Se um ficheiro existir com o mesmo nome, ele é simplesmente apagado e substituído pelo novo ficheiro
  • Always append to the end of it: Se um ficheiro existir, o conteúdo do ficheiro é mantido e os novos logs são adicionados no final
  • Ask the user every time: Perguntar sempre o que fazer caso já exista um ficheiro com o mesmo nome que o destino do log

Nomenclatura automática

Se reparou na captura anterior, estavam listadas algumas variáveis que podem ser usadas na definição do nome do ficheiro da sessão. Desta forma, não precisa de ter um ficheiro único de log ou alterar manualmente o nome do ficheiro.

Por exemplo, o meu ficheiro está definido como: “putty-&Y&M&D&T.log“. A imagem abaixo mostra o que tenho na minha pasta de logs, um ficheiro novo para cada sessão iniciada.

Putty logs

Leia as instruções na própria janela e vá experimentando para ver o que lhe agrada.

As sessões Putty

É importante saber que o Putty permite gravar várias configurações de sessão que não incluem só o protocolo e o endereço IP de destino, mas também outras opções como as cores, o número de linhas do buffer e o ficheiro de log. As sessões são visíveis logo na janela inicial mas se o seu Putty está fresquinho terá somente a sessão “Default Settings”.

Putty sessions

Qualquer das alterações explicadas àcima aplicam-se somente à sessão específica a ser alterada.

Por exemplo, se alterar configurações da sessão “Default Settings“, somente conexões iniciadas com esta sessão irão usar as configurações. Caso queira fazer uma configuração para todas as sessões gravadas, então terá que as fazer uma por uma… one-by-one.

Até agora não conheço uma forma de fazer configurações em massa. Conhece alguma? (dica: as configurações do Putty são gravadas no Windows Registry)

Superputty e Putty CM?

Alguns programas como o Superputty ou Putty Connection Manager usam instâncias do Putty. As várias instâncias correm em separado para permitir a utilização de abas, o que não é possível no Putty “puro”. Nestes casos a alteração deve ser feita nas configurações do próprio Putty. O Superputty por exemplo, tem uma opção de menu para a configuração do Putty.

O recomendável é fazer a configuração na sessão “Default Settings“.

 

No próximo post desta série irei ajudar a resolver os mesmos problemas no SecureCRT.

2 Comments A história do terminal (1/2 – Putty)

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