No último mês falei com 3 pessoas diferentes que tocaram numa novidade no GNS3: A GNS3 VM. E se instalou versões mais recentes do GNS3, com certeza já se deparou com a janela:
GNS3 VM (Virtual Machine – Máquina Virtual) é uma máquina virtual que corre o GNS3 e conecta-se com o cliente GNS3 instalado no nosso PC. É uma funcionalidade integrada no GNS3 a partir da v1.4 mas a VM não é propriamente algo novo. Várias pessoas preparavam as suas próprias VM para o GNS3 e há muito estão disponíveis projectos como GNS3 Workbench funcionando sobre um conceito semelhante.
Porquê?
Eu vou seguir Simon Sinek (Start with why) e começar com as razões da utilização de uma VM.
Ao longo do tempo o GNS3 foi desenvolvido para vários sistemas operativos, tendo cada um os seus desafios. Windows, Linux, Mac são diferentes e o computador de cada utilizador é também diferente mesmo que correndo o mesmo sistema operativo. E se fosse possível desenvolver o GNS3 e correr em um sistema fiável, determinístico e em que temos certeza que todas as dependências estão instaladas e configuradas como deve ser? Sempre?
Este é o problema que a GNS3 VM vem resolver. Correndo o servidor GNS3, hypervisors Dynamips e Qemu (que não gosta de Windows) em um sistema isolado, eliminam-se as variáveis possíveis dos vários sistemas operativos reduzindo o impacto do software instalado no host e simultaneamente reduz as perturbações do GNS3 no host (como momentos de alta utilização de CPU). Acredito que a GNS3 VM também facilita o crescimento futuro da aplicação para suportar os desenvolvimentos a nível das aplicações open source para linux como é o caso de docker containers agora suportados no GNS3 1.5.
Os utilizadores do GNS3 passaram a usá-lo cada vês mais como um software de simulação de redes no geral e não só um emulador de hardware Cisco IOS. Acontece que, estas funcionalidades, incluindo correr VM’s sobre Qemu ligadas pelo GNS3 são instáveis e algo imprevisíveis principalmente no Windows.
E como funciona?
Se viu o post GNS3 e as portas console teve uma dica de como funciona o GNS3/dynamips. O que acontece quando corremos GNS3 no nosso PC é que simplesmente corremos um serviço de rede local ao qual o próprio computador se liga e é através desta conexão ao servidor GNS3 que são passados instruções para a simulação.
Mas se o GNS3/dynamips permite ligações de rede então é possível que receba ligações de clientes externos. Isto sempre foi possível com a funcionalidade “Remote Servers”. A funcionalidade GNS3 VM simplesmente torna isto mais fácil, elimina a complexidade de se instalar a VM, configurá-la do ponto de vista de rede e integrá-la com o GNS3 como uma máquina remota. Com a GNS3 VM, O GNS3 faz uma “ligação” ao virtualbox ou vmware, escolhemos a VM correcta e o GNS3 trata do resto: inicia a máquina, configura a rede e faz as ligações apropriadas.
GNS3 IOU VM
Também existia para o GNS3 uma VM chamada GNS3 IOU VM que facilitava correr e utilizar imagens IOU com o GNS3. Com a chegada da integração da GNS3 VM é recomendado que não mais se utilize esta VM e se corra as imagens IOU/IOL dentro da GNS3 VM. As novas versões vêm inclusive com um conversor de GNS3 IOU VM.
GNS3 VM é para si?
Se se estiver a preparar para uma certificação a nível CCNP e quer fazer experiências somente com routers Cisco IOS então não precisa de se preocupar. O GNS3 correndo no host é suficiente.
Como instalar?
Ainda não decidi se vou escrever sobre a instalação do GNS3 com a GNS3 VM ou não, mas a documentação em gns3.com é bem clara. A recomendação é a utilização de VMWare (Fusion/Workstation) ao invés de VirtualBox. O VMWare permite ao Qemu tomar partido da aceleração KVM no Linux e consequentemente melhor performance.
Certifique-se sempre que a versão do GNS3 no host é a mesma que a GNS3VM.
Boa sorte !!!
Pingback: Cisco NX-OS. Mãos na massa | Ignorante e Indeciso
Pingback: GNS3 v2.0 lançado | Ignorante e Indeciso
Muito boa sua explicação a respeito, esclareceu os motivos/vantagens do uso do GNS3 VM, que não consegui pegar nos demais sites afora.
Obrigado Fernando. Já experimentaste a V2? Pretendo escrever mais um sobre topologias distribuídas ainda este mês
Mario, não sei qual seria estão versão V2 que você se refere, na verdade eu utilizava o Packet Tracer e esporadicamente o GNS3 na versão 1.3.3.
Nesta semana baixei a nova versão do GNS3 a e a VM para utilização no VMWARE, que aparenta ser mais avançado que o VIRTUALBOX que eu utilizava.
Nesta semana fiquei ajustando o ambiente e configurando IOS, IOU, etc.
Durante esta semana irei efetuar alguns laboratórios e aprender mais a respeito do GNS3 e demais funcionalidades.
Se foi esta semana então é já a V2. Vais gostar com certeza. Diversão sem fim 😀